sexta-feira, 17 de junho de 2011

Para refletir - família


O tema abordado no post do Sétimo Encontro do Clube das Mulheres Arteiras é digno de ser pesquisado, deparei-me então com um texto muito interessante para reflexão. Para reflexão dos reais valores dessa micro sociedade que se inicia entre quatro paredes e se desdobra, desdobra, criando uma rede complexa de relacionamento entre pessoas que muitas vezes não se conhecem ao certo - a família.



Desse texto citado, reproduzo alguns parágrafos, aqueles que mostram a essência do estudo, ou talvez a essência de minhas (particulares) indagações. Se você quiser, poderá clicar no link, e baixar o texto na íntegra (no final do texto).

Reflita. Pense que comunidade está se iniciando dentro de sua casa. Molde-a, pois após algumas gerações você mesma irá colher estes frutos que estão sendo plantados debaixo do seu nariz.


E pensar que tudo começa aqui, dentro do nosso ventre...

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O que é a família?

A família é um sistema complexo de relações, onde seus membros compartilham um mesmo contexto social de pertencimento. A família é o lugar do reconhecimento da diferença, do aprendizado de unir-se e separar-se, a sede das primeiras trocas afetivo-emocionais, da construção da identidade.(...)

No mundo intergeracional da família nos constituímos como sujeitos, como seres sociais (...). “A família é um caleidoscópio de relações que muda no tempo de sua constituição e consolidação em cada geração, que se transforma com a evolução da cultura, de geração para geração” (Groeninga G.)


O ciclo vital da família

A família é um sistema que se modifica no tempo, um sistema vivo. Seu processo evolutivo consiste num avanço progressivo até novos estágios de desenvolvimento e crescimento. Isso se dá na recuperação do tempo, na integração do novo com o velho, do horizonte futuro com o presente e a experiência passada.

O ciclo de vida da família passa por períodos previsíveis, de estabilidade e transição, de equilíbrio e adaptação; e por momentos de desequilíbrio que alavanca o estágio novo e mais complexo, onde se desenvolvem novas funções e capacidades. Esta passagem de uma fase a outra se dá numa reestruturação contínua de seu tecido relacional, na busca de uma nova ordem familiar.

As etapas do ciclo vital estão marcadas por eventos significativos: nascimentos e mortes, separação da família de origem e formação do novo casal, nascimento do primeiro filho, o primeiro irmão, o nascimento dos filhos na evolução da relação conjugal e parental , a adolescência e passagem à idade adulta dos filhos, a desvinculação progressiva de pais e filhos, o casal conjugal e parental na maturidade e envelhecimento, o acontecimento avós e netos, a separação pela morte de um dos membros do casal.

Paralelamente a família vive o impacto de eventos inesperados como divórcios, mortes imprevistas, doenças, desempregos, etc. que atuam nas modificações da estrutura relacional e dificultam as tarefas de superação e coesão próprias de sua natureza. Em situações críticas, cada família encontra modos singulares de enfrentar situações semelhantes, e mesmo atuando com as mesmas modalidades, obtém resultados diferentes.

A visão temporal da família através de seu ciclo evolutivo contribui para atribuir um significado positivo à palavra “crise”. A crise empurra portas fechadas da família. A desorganização que dela decorre vai indicar os momentos criativos de decisão e separação de um estado precedente para um outro, como um filho adolescente que deixa a infância ao mesmo tempo que os pais se separam de um filho pequeno.

Os padrões transmitidos pelas famílias de origem estão presentes nos momentos de crise, e é a experiência criativa do novo que vai construir a nova cultura familiar. Conflitos emergem e intensificam as trocas intergeracionais, aquecendo os diálogos e a afetividade. A superação da crise vai depender da maior ou menor flexibilidade da família para interagir.

O stress vivido nas fases evolutivas do ciclo vital se cruza com os legados transgeracionais e com as causas externas. Este processo, que se desenvolve numa dinâmica temporal, é de grande complexidade: quando uma geração está chegando à velhice, a outra está vivendo o ninho vazio, a terceira o ser adulto e a escolha de seus pares e a quarta o inédito de ser o novo membro da família. Atitudes, crenças e mitos transmitidos de uma geração à outra exigem compromissos de lealdade que se entrecruzam, somando-se às diferenças de cultura do casal/pais. (...)

(CASTILHO, Tai. Painel: Família e Relacionamento de Gerações. Congresso Internacional Co-Educação de Gerações. SESC São Paulo, outubro de 2003. Disponível em: www.sescsp.org.br, acesso em jun 2011)


(clique no link para baixar o texto na íntegra)




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