domingo, 30 de outubro de 2011

Papo cabeça: Valorização do trabalho artesanal

Um dos problemas que enfrentamos, quando produzimos nossos trabalhos, é a formação do seu preço. Há sempre aquela dúvida se estamos valorizando corretamente nosso trabalho... ou pior, "se vão achar caro demais".

Nessa discussão, encontrei um artigo muito interessante que procura mostrar um caminho a ser percorrido nesse momento, o da determinação do preço, de modo a mantermos nossa qualidade, nossa personalidade e acima de tudo valorizando o trabalho executado.

Mas, antes desse artigo, vamos entender o que é o artesanato e qual é o seu lugar na sociedade, pois muitas vezes, ao ouvir essa palavra já existe uma desvalorização do objeto, no entanto o artesanato traz nele a história evolutiva de cada um de nós, de nossos anseios, de nosso caráter, amores, desamores...


História do Artesanato
 O Artesanato é essencialmente o próprio trabalho manual ou produção de um artesão (de artesão + ato). Mas com a mecanização da indústria o artesão é identificado como aquele que produz objetos pertencentes à chamada cultura popular.

O artesanato é tradicionalmente a produção de caráter familiar, na qual o produtor (artesão) possui os meios de produção (sendo o proprietário da oficina e das ferramentas) e trabalha com a família em sua própria casa, realizando todas as etapas da produção, desde o preparo da matéria-prima, até o acabamento final; ou seja não havendo divisão do trabalho ou especialização para a confecção de algum produto. Em algumas situações o artesão tinha junto a si um ajudante ou aprendiz.


Matrioskas, típicas do artesanato da Europa de Leste

História 


Loja de artesanato urbano, no Porto, em Portugal. 

Os primeiros objetos feitos pelo homem eram artesanais. Isso pode ser identificado no período neolítico (6.000 a.c) quando o homem aprendeu a polir a pedra, a fabricar a cerâmica como utensílio para armazenar e cozer alimentos e descobriu a técnica de tecelagem das fibras animais e vegetais. O mesmo pode ser percebido no Brasil no mesmo período. Pesquisas permitiram identificar uma indústria lítica e fabricação de cerâmica por etnias de tradição Agreste que viveram no sudeste do Piauí em 6000 a.c. 

Historicamente, o artesão, responde por todo o processo de transformação da matéria-prima em produto acabado. Mas antes da fase de transformação o artesão é responsável pela seleção da matéria-prima a ser utilizada e pela concepção, ou projeto do produto a ser executado. 

A partir do século XI, o artesanato ficou concentrado então em espaços conhecidos como oficinas, onde um pequeno grupo de aprendizes viviam com o mestre-artesão, detentor de todo o conhecimento técnico. Este ensinava em troca de mão-de-obra barata e fiel, recebendo ainda vestimentas, comida e conhecimento. Criaram-se as Corporações de Ofício, organizações que os mestres de cada cidade ou região formavam a fim de defender seus interesses.

Revolução Industrial

Com a Revolução Industrial teóricos do século XIX, como Karl Marx e John Ruskin, e artistas (ver: Romantismo) criticavam a desvalorização do artesanato pela mecanização. Os intelectuais da época consideravam que o artesão tinha uma maior liberdade, por possuir os meios de produção e pelo alto grau de satisfação e identificação com o produto.

Na tentativa de lidar com as contradições da Revolução Industrial, William Morris funda o grupo de Artes e Ofícios na segunda metade do século XIX. Tentando valorizar o trabalho artesanal e se opondo à mecanização. O artesanato antes da Revolução Industrial era a tarefa mais importante!  
-----------------------------------------------------------------

Formação de preço

Um incentivo à valorização do trabalho artesanal no Brasil

*Artigo escrito por Sabrina Vianna e Daniele Matos, da Matrioska Brazil Acessórios



Infelizmente, aqui no Brasil, muito se observa a desvalorização do trabalho artesanal, tanto pelos consumidores ávidos por preços cada vez mais baixos, quanto pelos vendedores que na hora da formação de seus preços, acabam por baratear demais seus produtos, devido a enorme concorrência.
Mas isso precisa mudar, pois sabemos que o artesanato é algo exclusivo, raro, que demanda grande tempo e dedicação por parte do artesão, ao contrário do que ocorre com os produtos industrializados que são feitos em grande escala, não possuindo a mesma beleza de um produto feito à mão.
Assim, a valorização deve partir primeiro do artesão através da formação de preço, já que é a pessoa mais indicada para definir o quanto foi trabalhoso e custoso para se fazer aquela determinada peça, devendo também deixar de lado a tentação em baixar demais o preço, em decorrência dos outros artesãos que não são conscientes com relação ao valor de seu trabalho.
O que acontece quando um artesão desvaloriza o seu trabalho é um terrível ciclo vicioso, em que o outro artesão que vende peças parecidas também desvaloriza para competir nas vendas e nisso, os consumidores também acabam por pechinchar mais e mais por acreditarem que aquele produto possui pouco valor.
Então, é preciso calcular corretamente as despesas, mão de obra, tempo gasto, lucro pretendido, entre outros elementos para se chegar a um preço justo. E pode ter certeza que os motivos pelos quais farão um consumidor comprar a sua peça serão a beleza, a qualidade e o talento despendido.
Vamos valorizar o trabalho artesanal, as nossas horas de sono perdidas, o tempo gasto com a mão na massa! Sejamos todos artesãos verdadeiramente profissionais!
E é nesse sentido, para auxiliar aos artesãos que têm dúvidas com relação a como colocar preço em seu trabalho e tomando por base uma pesquisa feita através da Internet que deixaremos duas sugestões:

Opção 1: É bem simples essa fórmula, mas pode o preço final ficar um pouco fora do mercado, mas serve para ter uma ideia – Despesas gerais (com material, mão de obra, transporte...) multiplicado por 3 para venda no varejo e multiplicado por 2 ou 2,5 para o atacado.

Se for utilizar vendedor externo, pode-se acrescentar 20% do valor que é a média paga pelos artesãos como comissão.

Ex: Despesas gerais = R$ 7,00 x 3 = 21 + 20%(R$ 4,20) = R$ 25,20
Opção 2: É mais detalhada e por isso dá uma melhor formação de preço – Primeiro, somar as despesas com material do produto, depois pegar o valor e adicionar o custo da mão de obra (o custo da mão de obra deve ser calculado levando em consideração as horas trabalhadas), não esquecer de estipular e adicionar o custo fixo (esse custo fixo eu chamo de luz, embalagem, etiqueta, estacionamento ou ônibus, entre outros que você pode dar um valor fixo para adicionar sempre),acrescentar o lucro pretendido (quanto você pretende ganhar com a venda para sua remuneração e para compra de futuros materiais) e o valor final encontrado será o valor de venda. Se for utilizar vendedor externo, pode-se acrescentar 20% do valor que é a média paga pelos artesãos como comissão.
Ex: Despesas com material (R$ 5,00) + mão de obra (* 2horas = R$4,70) + custo fixo (R$ 2,00) + lucro (R$ 10,00) = R$ 21,70 + 20% (comissão de R$ 4,34) = R$ 26,04
*Foi tomado como base o salário mínimo para calcular a hora.


quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Encontro #16

Antigamente as mulheres se encarregavam da casa, dos filhos, do marido... e nada mais, agora os tempos são outros, nossas tarefas, ditas femininas, continuam e dobradas, pois a velocidade dos acontecimentos aumentou, mas acrescentamos a elas o trabalho fora de casa e ainda atividades para complementar a renda familiar. 

Se liga marido! Hoje somos muito mais fortes!!!


Interessante é que para os homens tudo continuou como antes, ou melhor, mais tranquilo, pois o que era sua atribuição - prover a família, hoje é complementado pela mulher, mas o restante de suas atividades continuou a mesma, eles continuam chegando em casa, indo para o futebolzinho ou para o chopinho, vai ver o jornal enquanto a gente vai pra cozinha, na maioria das vezes, preparar o lanche ou o jantar, porque os filhotes já estão reclamando de fome, se não for o próprio maridão... que dureza! 

Essa foto me faz lembrar meus
filhos na hora do lanche...
tudo na boquinha...


Sua mãe te preveniu disso? Porque a minha não. E o pior, a minha trabalhava dobrado (e olha que ela tem hoje 87anos!), e ainda assim se sentia culpada quando alguma coisa fugia de seu olhar atento e ficava pra traz... com jornada dupla (sempre teve comércio, e morávamos nos fundos da loja), sete filhos e um marido exigente. Então, eu, comecei minha vida achando que isso era normal. Depois, com o "ralo" do dia a dia é que comecei a pensar... opa! vamos cooperar aí!

Lar, doce lar...

Hoje, na minha casa, tudo é diferente, nossas tarefas são divididas, e vamos levando como podemos.

Com esse quadro, cada vez mais, fica difícil de dar a escapadinha para os nossos encontros - do Clube das Arteiras, é claro! Ô mente...



Nosso Encontro #16 foi meio que a distância, só assim poderíamos conversar e produzir, todas estamos as voltas com nossos afazeres e trabalhos e segundos e terceiros turnos, e família e casa, e chefes, e agregados e um milhão de coisas, ah! e conosco mesmas, afinal também precisamos nos cuidar, coisa que acabamos sempre esquecendo, também temos emoções, necessidades, cansaço, saúde etc... como nosso papel é de prover, as pessoas acabam esquecendo de que também precisamos do apoio e do tempo para um descanso, se não descansamos da maneira correta, descansaremos de forma forçada, tipo adoecendo, tendo uma crise de alergia, de sinusite ou coisa parecida e indo parar num pronto socorro, daí sim, algumas horas pregada numa maca com um soro no braço e uma soneca bem dada! Pronto. Descaso feito! Estou dizendo isso não de forma figurativa, pois foi exatamente o que aconteceu com a amiga Andreia.

Faça com que seu espaço seja possível!

Daí, à distância, produzimos um pouco e conversamos muito. As pessoas não compreendem como esse encontro nos recarrega e nos prepara para produzir! Um momento de respiro, de vida...

Vamos recarregar nossas baterias...

Um VIVA pra todas as mulheres que lutam no dia a dia, sem domingos ou feriados, buscando uma vida melhor e mantendo suas famílias!

.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Dia da Criança

Não podemos deixar de falar sobre esse dia. No entanto, como ficamos, se nós também carregamos uma criança dentro de nós mesmas?

Então, pesquisando, encontrei um texto que chamou minha atenção, o qual reproduzo a seguir.



Como cuidar de nossa criança interior

Adriana Tanese Nogueira

Considero a psique um teatro onde muitas peças acontecem, algumas ao mesmo tempo, outra no decorrer do tempo. Esta idéia não implica em ser falsos, como atores que fazem uma parte e não representam a si mesmos, e sim na idéia de que há histórias se desenrolando no interior de nós mesmos, o conjunto total das quais somos nós. Algumas delas começaram lá no antigo passado e se repetem, como num disco quebrado, envolvendo situações presentes. Outra forma de ver esta situação é imaginar aquelas histórias como encantamentos que "hipnotizam"as  experiências do presente e as tornam iguais as do passado. Assim, parece que nunca se sai da peça, mudam os atores mas os personagens são os mesmos.

Uma dessas histórias chama-se "Infância". É a narração de uma criança e de sua vida. Sobretudo no que diz respeito a esta fase parece que os eventos ecoam dentro da mente, como perguntas que não encontram respostas, ou como chamados que se tornam barulho de fundo ao qual não se presta mais atenção. Mas a história está lá e um dia se percebe que é preciso recuperar algo, uma peça que falta para continuar a construir o quebra-cabeça do presente.

Como se resgata a criança interior? Em primeiro lugar, resgatando nosso ser criança, a criança que éramos. Como se cuida da criança interior? Simplesmente aprendendo a cuidar daquela criança que éramos. Isso é tão simples quanto pode ser doloroso. Não há segredos, mas coragem e honestidade.

É preciso voltar lá no passado, o que se faz se reconectando conscientemente àquela história que aparentemente deixamos para trás. Quando estivermos lá, deve-se abrir os poros e sentir em toda verdade e profundidade, e permanecer ou voltar lá até sentir tudo. É preciso voltar na memória e nos permitirmos sentir o que sentíamosmas não sabíamos que sentíamos. Hoje, com os olhos e maturidade que possuímos podemos entender muitas das dúvidas e perplexidade daquela criança que éramos. Mesmo que não tenhamos respostas, cuidamos daquela criança acolhendo-a. Até não conseguirmos identificar nossa criança interior (a que éramos), ela estará agindo em nossas vidas mesclada às outras histórias que tecemos, interferindo com nosso presente.

Nenhuma infância é perfeita. Nenhuma mãe ou pai consegue dar conta de todas as necessidades psico-emocionais e materiais de um filho. Mas isso o sabemos hoje, do ponto de vista da criança há coisas que faltaram e que pesaram enormemente, deixando uma marca indelével na formação da personalidade e do caráter. Se quisermos cuidar da criança interior é preciso deixá-la falar: ela deve ter a chance (que nunca teve na vida) de desabafar, do jeito dela, no estilo de criança, sem as boas maneiras adultas, sem os medos e sentimentos de culpa adultos (ou adolescencias).

O que faríamos com uma criança encontrada na rua com a qual nos sensibilizamos e que assumimos sob os nossos cuidados? Vamos querer saber sua história, ouvi-la generosamente, sem querer impor "regras". Acolher começa assim: permitindo uma fala difícil de se fazer e difícil de se ouvir. Prestando atenção ao lamento, à dor, à agonia. Sem culpas, sem querer salvar a cara de ninguém. O desabafo libre por si só já alivia.

Quando nosso ser criança libertou-se do fardo e encontrou acolhida e amor incondicional, nos aproximamos da Criança Interior, porque libertamos nossa criança dos fardos e das penas que lhe tiraram a leveza do arquétipo da Criança Interior. Esta fonte de energia psíquica está relacionada com o jogo e a renovação, com a curiosidade e o surpreender-se, com a capacidade de começar de novo e rir à tóa. Quando reconectamos com esta fonte de vida, as dores do passado finalmente parecem pertencer a um longíquo passado que não mais nos afeta tanto assim.

Toda criança nasce com esse potencial. É a vida que leva que a aprisiona e, eventualmente, lhe tira a alegria e criatividade. A parte de nós que tem acesso a essa fonte é a criança que fomos. É este o motivo pelo qual, vale a pena assistir aquela peça interna que ainda está passando, mas desta vez assisti-la com consciência, senti-la em profundidade e com a força moral do adulto de hoje (que supostamente somos e temos) acolhê-la, aceitá-la e embalá-la. Crianças precisam de colo. Nessa relação de compreensão impiedosa e de amor incondicional (pela criança que fomos) é que se transmuta a dor e se liberta o menino ou a menina que nos levaram à Criança Interior.


"Em todo adulto espreita uma criança - uma criança eterna, algo que está sempre vindo a ser, que nunca está completo, e que solicita, atenção e educação incessantes. Essa é a parte da personalidade humana que quer desenvolver-se e tornar-se completa"
Carl Gustav Jung psquiatra suiço (1875-1961)



segunda-feira, 10 de outubro de 2011

AVISO: mulheres arteiras procuram


... horas a mais em seus dias para conseguirem se encontrar e papear.


Que coisa! A gente não consegue se encontrar! Mas que m...a


Enquanto isso vamos inventar coisinhas novas pra gente trocar e de quebra preparar uma peça bem especial para sortearmos no blog.



É isso mesmo o que vc leu amiga!

Vamos fazer um sorteio! Então acompanhe o blog, siga, que logo logo vc poderá ser a ganhadora. Em breve postaremos as diretrizes para vc participar.


Bjks mil

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Encontro #15 desfalcado...

Pois é... aconteceu um encontro, de #15, num dia de semana diferente e sem a Marcia... o pior é que foi culpa minha... a amiga disse que iria para a praia e eu deduzi que ela ficaria até terminar o feriado (hoje é feriado aqui, Dia de São Francisco de Assis, padroeiro da cidade) e nem passou pela minha cabeça dar uma ligadinha para confirmar... e hoje de manhã ela me ligou..."tadinha", ficou de fora... daí nos encontramos ontem, conversamos bastante, colocando o papo em dia e trabalhamos um pouquinho...

Fizemos caixinhas organizadoras lindinhas... mas como sempre, no calor do momento, só lembramos de fotografar uma delas...


Fofo né?!

Talvez façamos um novo encontro ainda nesta semana... oba!!!!!

.

04 de outubro

Festa de São Francisco de Assis