Um pouco de papo vai bem né?! Então vou contar um pouco da imagem que colocamos como "favicon" aquele quadradinho lá na aba superior no endereço do blog. Como tudo o que fazemos tentamos colocar um motivo, um objetivo, esta figura representa a Bandeira da Paz.
Encontrei um texto explicativo bem interessante e que se fecha falando do papel feminino na humanidade.
Dê uma olhada, é bem instrutivo.
A BANDEIRA DA PAZ E CULTURA
A Bandeira da Paz, como é bem
conhecida, é o símbolo do Pacto de Röerich. Esse grande ideal humanitário
estabelece, na área das realizações culturais da humanidade, uma proteção
semelhante a da Cruz Vermelho no alívio do sofrimento físico do homem, conforme
o estabelecido nos Artigos I e II do Pacto de Paz: (vide Pacto Röerich).
Madonna Oriflamma1932. Tempera on canvas |
As instituições educacionais,
artísticas e científicas, as missões artísticas e científicas, o pessoal, a
propriedade e coleções de tais instituições e missões serão consideradas neutras
e, como tais, serão protegidas e respeitadas pelos beligerantes. A proteção e o
respeito serão devidos às instituições e missões acima mencionadas, em todos os
lugares sujeitos à soberania das Altas partes Contratantes, sem nenhuma
discriminação quanto à lealdade ao Estado por parte de qualquer instituição ou
missão, em particular. As instituições, coleções e missões assim registradas,
poderão apresentar uma bandeira própria que lhes darão direito à proteção
especial e respeito por parte dos beligerantes, dos governos e pessoas de todas
as altas partes contratantes.
O desenho da Bandeira da Paz
apresenta três esferas rodeadas por um círculo em cor vermelha escura sobre um
fundo branco. Das muitas interpretações nacionais e individuais deste símbolo,
as mais usuais são, talvez, as da Religião, Arte e Ciência como aspectos da
Cultura que é o círculo que as está envolvendo; ou as realizações da
humanidade, no passado, presente e futuro, guardadas dentro do círculo da
eternidade. Estas duas interpretações são igualmente boas, pois representam uma
síntese de vida que é um preceito verdadeiro e justo de governo.
BANDEIRA DO SÍMBOLO DA PAZ
Este símbolo da tríade, que pode ser
encontrado em todo o mundo, pode ter vários significados. Alguns o interpretam
como o símbolo do passado, do presente e do futuro, encerrado no anel da
eternidade; outros consideram que se refere à religião, ciência e arte,
reunidas dentro do círculo da Cultura. Mas não importa qual seja a
interpretação, o próprio símbolo é de caráter universal. O mais velho dos
símbolos hindus, Chintamani, o signo da felicidade, é composto por este símbolo
e podemos achá-lo no Templo do Céu, em Pequim. Aparece nos três tesouros do
Tibete; no peito do Cristo, no quadro bem conhecido de Memling; na Madonna de
Estrasburgo; nos Escudos dos Cruzados e nos Brazões dos Templários. Pode ser
visto nas lâminas das famosas espadas caucasianas conhecidas como “Gurda”.
Aparece como um símbolo em vários
sistemas filosóficos. Pode ser encontrado nas imagens de Gessar Khan e Ridgen
Djapo, na “Tamga” de Timurlane e no Brazão dos Papas. Pode ser visto nos
trabalhos de antigos pintores espanhóis e no de Ticiano, e no antigo ícone de
São Nicolau, em Bari, e no de São Sérgio e da Santíssima Trindade.
É visível nas bandeiras budistas. O
mesmo símbolo é marcado em cavalos mongóis. Nada, então, poderia ser mais
apropriado para reunir todas as raças do que este símbolo que não é um mero
ornamento, mas um símbolo que carrega com ele um profundo significado.
Existiu por imensuráveis períodos de tempo e pode ser encontrado pelo mundo todo. Ninguém, portanto, pode pretender que pertença a qualquer seita específica, confusão ou tradição, e ele representa a evolução da consciência em todas as suas variadas fases.
Existiu por imensuráveis períodos de tempo e pode ser encontrado pelo mundo todo. Ninguém, portanto, pode pretender que pertença a qualquer seita específica, confusão ou tradição, e ele representa a evolução da consciência em todas as suas variadas fases.
Quando se trata de defender os
tesouros do mundo, não poderia ter sido selecionado um símbolo melhor, pois ele
é universal, de antiguidade ilimitada e carrega com ele um significado que deveria
encontrar um eco em cada coração.
Helena Röerich escreveu, no livro
“Cartas de Helena Röerich”, Volume I, Tomo II:
A nobre idéia da Bandeira da Paz deve gradualmente tomar a vida e, como diz um escritor, “Cada cientista, cada criador, cada professor, cada estudante, cada um que pensar sobre o significado da História, deve apressar-se em responder à convocação de Nicholas K. Röerich, que ergue a Bandeira da Paz por sobre todo o mundo. É claro que esta paz é também luta. Mas não é uma luta pelo bem-estar pessoal, mas sim uma defesa contra as forças obscuras, que estão atacando os tesouros do espírito...” Não são os estatutos que importam, e sim a vontade individual dos trabalhadores culturais.
Eles não estão unidos ainda, mas precisam fundir-se numa corrente, num rio que flui, engrossando-se ao desaguar no grande oceano de idéias...
A idéia de defender as criações do gênio humano é tão bela e tão essencial que é imperativo pô-la em prática o mais cedo possível. Pense quantos anos terão transcorrido antes que a consciência das massas esteja preparada para respeitar o que a Bandeira se propõe, mas o tempo não espera. Na Espanha foi recentemente destruída uma igreja antiga, juntamente com as pinturas de alguns dos melhores mestres. É longa a lista dos inestimáveis tesouros que têm sido destruídos. Está na hora de pôr cobro a este vandalismo.
A nobre idéia da Bandeira da Paz deve gradualmente tomar a vida e, como diz um escritor, “Cada cientista, cada criador, cada professor, cada estudante, cada um que pensar sobre o significado da História, deve apressar-se em responder à convocação de Nicholas K. Röerich, que ergue a Bandeira da Paz por sobre todo o mundo. É claro que esta paz é também luta. Mas não é uma luta pelo bem-estar pessoal, mas sim uma defesa contra as forças obscuras, que estão atacando os tesouros do espírito...” Não são os estatutos que importam, e sim a vontade individual dos trabalhadores culturais.
Eles não estão unidos ainda, mas precisam fundir-se numa corrente, num rio que flui, engrossando-se ao desaguar no grande oceano de idéias...
A idéia de defender as criações do gênio humano é tão bela e tão essencial que é imperativo pô-la em prática o mais cedo possível. Pense quantos anos terão transcorrido antes que a consciência das massas esteja preparada para respeitar o que a Bandeira se propõe, mas o tempo não espera. Na Espanha foi recentemente destruída uma igreja antiga, juntamente com as pinturas de alguns dos melhores mestres. É longa a lista dos inestimáveis tesouros que têm sido destruídos. Está na hora de pôr cobro a este vandalismo.
INFORMAÇÕES SOBRE A PINTURA – MADONA
ORIFLAMA – 1932
Na iconologia de Röerich, as mulheres
são propagadoras e guardiães da cultura e beleza universal, as que levantarão a
Bandeira da Paz. “Mulheres, realmente vocês tecerão e desdobrarão a Bandeira da
Paz”, escreveu ele. “Destemidamente vocês ascenderão para defender o
aperfeiçoamento da vida. Vocês acenderão um belo fogo em cada lar que criar e o
sustentará. Vocês dirão a primeira palavra sobre beleza. Vocês pronunciarão a
palavra sagrada CULTURA”. Indubitavelmente a imagem que Röerich tem da mulher
foi inspirada e influenciada por Helena Röerich, que devotou muitos dos seus
escritos ao papel destinado às mulheres na Nova Era.
Numa carta escrita para um amigo em
1937 ela expressou com muita eloqüência a sua visão sobre este papel: “As
mulheres devem acreditar que elas possuem toda a força e, no momento em que
elas se despojarem dos condicionamentos impostos pela velha era no que concerne
a sua aparente subjugação legal e inferioridade mental e se ocupar com uma
educação diversificada, ela criará em cooperação com o homem, um mundo novo e
melhor. Verdadeiramente é essencial que a própria mulher conteste a declaração
desmerecida, indigna e de profunda ignorância sobre a sua receptividade passiva
e conseqüentemente sua inabilidade para criar independentemente. Mas no cosmo
interno não há elemento passivo. Na corrente da criação cada manifestação
ocorre por turnos, se tornam relativamente ativo ou passivo, doador ou
receptor. O Cosmos afirma a grandiosidade do Princípio criativo da mulher. A
mulher é a personificação da natureza, e é a natureza que ensina ao homem e não
o homem que ensina a natureza. Portanto, que toda a mulher acredite na
excelência de sua origem e que elas se esforcem pela aquisição do conhecimento.
Onde há conhecimento existe poder.
Nas lendas antigas eram atribuídas às
mulheres os papeis de guardiães do conhecimento sagrado. Então, que elas também
se lembrem de Eva a sua ancestral que foi difamada e caluniada e, que novamente
dêem ouvidos a voz da intuição, não apenas comendo o fruto do conhecimento do
bem e do mal, mas também plantem quantas árvores forem possíveis que produzam o
fruto do conhecimento; e como outrora, quando ela privou Adão do seu estúpido e
sem sentido estado de graça, deverá conduzi-lo para uma nova visão ainda mais
vasta e ampla e para a majestosa batalha com o caos da ignorância pelos
direitos divinos da mulher.
A Madona Oriflama (1932), segurando a
Bandeira da Paz, o trabalho que Röerich escolheu para representar o Pacto da
Paz, está pintada com uma auréola dourada, vestida em um robe de veludo de cor
púrpura e sentada em uma almofada. Os três círculos do símbolo da bandeira são
repetidos no adereço da cabeça. Ela é uma descendente direta da Rainha do
Paraíso e da Mãe do mundo. Em cada lado dela estão duas janelas estreitas e
arqueadas através das quais pode ser vista uma paisagem salientada por pequenas
torres e pináculos de uma velha cidade européia, à maneira das pinturas
renascentistas. Esta alusão visual ao Renascimento pode ser um atributo
simbólico ao florescimento do humanismo e cultura que caracterizaram este
período dentro da Era Cristã.
Nenhum comentário:
Postar um comentário